Principais ASFs do DF

A seguir, apresentamos algumas das principais espécies de abelhas sem ferrão com ocorrência no Distrito Federal. Para conhecer a lista completa, acesse Projeto ASF do DF.

Jataí

Tetragonisca angustula

A jataí é uma abelha pouco defensiva e rústica: se adapta bem em ambiente urbano e faz ninhos em diferentes locais. Possui cor amarelo-ouro e tem corbículas pretas. Na entrada de seu ninho é construído um tubo de cera (pito), que geralmente é fechado durante a noite. Seu mel é muito apreciado e conhecido por suas propriedades medicinais.

Iraí

Nannotrigona testaceicornis

A iraí é uma abelha dócil, preta, mede em torno de 4mm de comprimento, que possui pilosidade grisalha e asas esfumaçadas no terço apical. Seus ninhos são encontrados em ocos de árvores, muros e paredes de pedras, geralmente associados a formigueiros. A entrada do ninho é geralmente curta e construída com cerume, sendo fechada à noite.

Lambe olhos

Leurotrigona muelleri

A lambe olhos é uma espécie nativa e corre risco de extinção. É também considerada uma das menores abelhas do mundo, com aproximadamente 1,5mm. Possui a coloração do corpo negra, com asas maiores do que sua extensão corporal. A entrada de seu ninho é um pequeno tubo de cor escura, permitindo a passagem de mais de uma abelha.

Borá

Tetragona clavipes

A abelha borá (também conhecida como jataizão) é uma espécie muito populosa e defensiva. Seu corpo é alongado, com coloração marrom-escura e asas mais longas que a extensão do corpo. Nidifica em ocos de árvores. A entrada de seu ninho não tem canudo ou pito, mas ao seu redor há camadas não muito espessas de própolis endurecido. É uma ótima produtora de mel, cujo sabor é levemente salgado.

Marmelada amarela

Frieseomelitta varia

A marmelada possui coloração amarelada, com corpo fino e asas maiores que a longitude do corpo. Nidifica em locais ensolarados, como estacas de cercas e ocos de árvores. Na cidade, também se instala em postes e caixas de telefonia. A entrada do ninho é pequena, não saliente e feita de própolis: permite que apenas uma abelha passe por vez. Costuma depositar própolis na parte externa do ninho. Não é grande produtora de mel, que é denso.

Uruçu amarela

Melipona rufiventris

A uruçu amarela apresenta o tegumento com a coloração variando do negro ao ferrugíneo, com corpo coberto de pelos ferrugíneos/ amarelados.
Nidificam geralmente em ocos de árvores. A entrada do ninho é localizada no centro de raios convergentes de barro e permite que apenas uma abelha entre ou saia de cada vez. É uma espécie em risco de extinção. São excelentes produtoras de mel.

 

Mandaguari preta

Scaptotrigona cf. postica

A mandaguari preta é uma abelha muito populosa e bastante defensiva. Possui o abdômen preto com listras amarelas e asas amarronzadas. Tem um odor característico, que lembra muito óleo de coco. A entrada do ninho é um tubo com abertura que lembra uma corneta ao final de sua extensão. Seu mel tem um sabor amadeirado e produz bastante pólen.

Benjoí

Scaptotrigona polysticta

A benjoí é uma abelha semelhante à mandaguari, porém um pouco maior e menos defensiva. Possui o abdômen preto, podendo apresentar listras prateadas e suas asas são amarronzadas. Apresenta um odor cítrico. A entrada do ninho é um tubo inclinado para baixo. É uma ótima produtora de mel, que tem um sabor suave e saboroso.

Jataí negra

Scaura longula

A jataí negra (ou jataí preta) é uma abelha bastante dócil e tímida. Tem o abdômen preto e as asas amarronzadas. Como estratégia de defesa de seu ninho, deposita pequenas gotículas de néctar na parte externa atraindo formigas, vespas e outras espécies de abelhas. Seus favos de cria são construídos na posição vertical. Constrói um canudo de cerume, de onde dispensa o lixo da colmeia.

Limão

Lestrimelitta limao

A abelha limão é uma espécie extremamente tímida que mede cerca de 7mm de comprimento, tem o corpo ligeiramente alongado e a coloração pardo-escura. Não possuem corbículas. São cleptoparasitas e sua sobrevivência depende do saque a ninhos de outras espécies. A entrada de seu ninho apresenta protuberâncias de cerume com vários pitos em formas de dedos, mas apenas um é ativo.

Tataíra

Oxytrigona tataira

A tataíra (também chamada de caga-fogo ou cospe-fogo) é uma abelha bastante peculiar pela presença de glândulas mandibulares que secretam ácidos cáusticos que geram queimaduras nos predadores dos seus ninhos. Possui cerca de 5,5mm de comprimento, cabeça e abdome ferrugíneos e o restante do corpo preto.

Arapuá

Trigona spinipes

A arapuá possui coloração negra reluzente e é uma espécie bastante defensiva. Mede entre 6,5mm e 7mm de comprimento, tem pernas ocreadas e asas quase negras. Seu ninho tem o formato de um globo, de coloração marrom, com meio metro de diâmetro e construído entre os galhos das árvores. Utiliza fibras de plantas (inclusive botões florais) para a construção  de seus ninhos.

Salientamos que, apesar de algumas espécies de abelhas nativas (arapuá, tataíra e limão, por exemplo) terem fama de saqueadoras, tal comportamento pode ser verificado em várias outras espécies. Há relatos de mandaguaris, jataís, marmeladas, borás e uruçus, para citar algumas, invadindo ninhos para saquear alimentos ou para nidificação. Portanto, a competição pela sobrevivência no ambiente natural é uma constante, mesmo entre as abelhas nativas mais queridas. De acordo com a legislação vigente, todas as espécies de abelhas nativas são protegidas, constituindo crime ambiental o extermínio ou a retirada de ninhos naturais.

As imagens que ilustram essa página foram cedidas pelo associado Roberto Montenegro.

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